terça-feira, 23 de outubro de 2007

/Ricardo Arjona o Poeta da América canta

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O Meio como Mensagem numa Aldeia Global

Para Marshal Macluhan estamos vivendo numa imensa aldeia global. A avalanche de tecnologia de informação e comunicação é enorme. Milhões de pessoas estão conectadas entre si recebendo e enviando informações para qualquer ponto da Terra.

Com o advento das recentes tecnologias mass mediáticas estamos vivendo em um mundo que encolhe progressivamente para se transformar numa imensa e famigerada "Aldeia Global". Um mundo no qual a distancia física entre os homens torna-se cada vez menos importante, à medida que o desenvolvimento tecnológico nas comunicações reduziria a fragmentação social e promoveria um sentido de unidade global. "A velocidade da informação na aldeia global significa que toda ação humana ou evento envolve a todos da aldeia nas conseqüências de todo e qualquer evento".

A grande é revolucionária proposição de Macluhan, “o meio é a mensagem” é a convicção do que é capaz de realizar, por exemplo, a TV como meio de comunicação massiva e como mensagem mesma no processo de emissão e recepção de estímulos interativos e interpretativos. As formas dos Mídia, à parte seu conteúdo, afetam a sociedade.

Uma postura um tanto que ilógica tendo em vista que antes o meio era somente considerado o vetor para que num processo de comunicação uma mensagem seja emitida. No entanto Mcluhan sobre valoriza o papel do meios, principalmente, os massivos que passam a adquirir força comunicativa e significativa. A tecnologia dos Mídia por si só impacta a sociedade.

O meio comunica? Sim e talvez não. Até que ponto o meio em si pode ser interpretado e assimilado como mensagem sem a retórica de uma mensagem cabal. Até que ponto a embalagem vende mais do que o próprio conteúdo do produto. Definitivamente, Macluhan não deixa de ter razão, num mundo Pós-moderno repleto pelas imagens, muitas vezes a ilusão ultrapassa a realidade.

O concreto perde o valor diante da fantasia. Vivemos num mundo onde mais importante que o ser é o parecer. Apocalípticos post-modernos defenestraram os conceitos da modernidade.

O individualismo está em voga, toda ideologia não é mais tolerada e os grandes líderes da humanidade não são mais imitados. Todos querem ser diferentes. Mas continuam sendo muito iguais em suas tão precipitadas posturas em busca de lograr ser original.

Há uma consciência do fracasso. Não da pós modernidade, más da modernidade. No entanto quem vive na vanguarda dos tempos sabe muito bem que um e outro são continuísmos, e onde o primeiro fracassou o segundo patina ainda nos erros do propulsor.

Para alguns o rechaço a modernidade é uma coisa, para outros, basta com assumir um papel de voyeur é mais cabível. Mas onde situamos o papel da comunicação massiva? Simplesmente na idéia de que apesar de adquirirmos a potencialidade de considerarmos dentro de uma aldeia global, não podemos evitar que ainda nos assombramos diante das coisas simples e que ainda restam neste Planeta. Como gosta de dizer José Saramago nada substituirá, nem o computador, nem outra tecnologia imediatista o poder de comunicação que tem o papel e a escrita, por exemplo.

“Um computador”, diz Saramago, “não traz o cheiro de perfume de uma carta. Não traz o vestígio de uma lágrima derramada sobre o papel. Isso para o computador é impossível".

E por isso que a imaginada e real aldeia global existe e permanece em todas as novas formas de manifestação humana da atualidade. Há então, inexoravelmente, uma força centrífuga que empurra o individuo a ser e a pertencer a uma redoma, a uma bolha de proteção que nem todos os anos de estudos de um Freud inspirado poderiam comportar. Todos, finalmente, somos produtos do meio em que atuamos, mas com uma insana vontade de voltar para o útero materno. Temos fome de pertencer e de identidade e nisto do atual, se encontra os Meios de Comunicação Massiva.

Para Mcluhan o conteúdo da mensagem é irrelevante. Pensamento abrupto e irascível desencadeia uma torrente em favor de tudo que é meio e transmissor de comunicação. Para o pensador o que movimenta e transforma a sociedade é o transmissor sua forma e sua estética, seus usos e suas assimilições implícitas ou não. Assim exemplificamos: O rádio: afeta a maioria das pessoas intimamente, pessoa a pessoa, oferecendo um mundo de comunicação não-falada entre o escritor-locutor e o ouvinte.

As profundidades subliminares do rádio estão carregadas de ecos ressoantes dos antigos cornos e tambores tribais. O poder do rádio pode re-tribalizar a humanidade, sua inversão quase instantânea do individualismo em coletivismo. A televisão não funciona como um background. Ela prende-nos. Temos de estar com ela.

O veiculo promove estruturas profundas tanto na arte como na diversão, e cria também o envolvimento da audiência em profundidade. Dificilmente existe uma só área de relações estabelecidas, do lar e da igreja à escola e a mercado, que não tenha sido profundamente perturbada em seus padrões e contextura.

Todavia a conclusão de Macluhan ainda é muito precário o que se pode explicar a respeito do papel dos meios e o seu poder de ingerência na vida social do homem. Não existe uma fórmula mágica para decifrar quanto e como os MCMs afetam o indivíduo. A certeza inequívoca é que há muita resistência por parte dos estudiosos na abordagem mais livre para saber as afecções de uma exposição aos meios.

Quem sou eu

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Jornalista, formado em Comunicação Social e pós-graduado em Jornalismo e Mídia.Atual Editor do Site Rondonoticias. Escreve a Coluna Esportiva "Na Marca da Cal" no mesmo site e é membro fundador e ativista da Academia Rondoniense de Poetas - ACARP.